SOUNDCHECK de 29 de Maio a 2 de Junho
Publicada por RUC'n'Roll - Radio Universidade de Coimbra à(s) 2:05 da manhã
Those Legendary Shack Shakers - Pandelerium, Yep Records, 2006
Para quem pensava que o rock'n'roll estava em vias de extinção, chegam os Those Legendary Shack Shakers, com Pandelerium, o seu mais recente trabalho de originais. Esta formação com raízes no Kentucky e Carlolina do Sul, terras do gospel e do country, faz do rock'n'roll a sua essência.
O vocalista, Colonel J.D. Wilkes foi aclamado pela cena musical de Nashville como a maior figura em palco do momento e Jello Biafra dos Dead Kennedys disse que ele é o único grande cantor de rock'n'roll vivo.
Para além de vocalista, este senhor é também conhecido como artista visual, tendo já publicado comic books ou elaborado vários murais na projecção de imagens.
Os LSS foram todos membros de várias bandas country que tocavam no conhecido "Lower Broadway district”, sendo que Buck e Wilkes já andaram nas ruas a tocar com a banda de Hank Williams III.
Não admira que esta banda nascida no seio de uma comunidade cristã onde ver a MTV era taboo e onde o rei ainda é Jerry Lee Lewis acabasse por fazer este tipo de mescla alucinada musical.
Desde rotulados de rockabilly a country, estes senhores parecem ter sido repescados num qualquer baile de terrinha que vai tocando apenas covers.
Não há hoje muita gente a fazer actos de palhaçada de uma forma tão bestial, com a diferença que nada nos Shack Shackers é encenado, conseguindo a banda comunicar com o público de uma forma quase mágica.
Wilkes não se poupa a impressionar e chamar atenção, tocando a harmónica como um louco e tão naturalmente como fala, a empoleirar-se no equipamento de som, a arrancar pintelhos às mãos cheias.
A banda de quem muita gente fala nos states já se apresentou ao vivo na Europa com um dos acts mais frenéticos da actualidade, aproveitando também para converter mais alguns cépticos.
Mas para espanto da banda, aperceberam-se que afinal no Reino Unido, onde 'teoricamente' se fala a mesma língua da banda, o público recebeu-os com o mesmo desprezo que costumam sentir quando tocam na face atlântica do país natal, onde será mais fácil aplaudir uma banda boçal a reconhecer algum valor a uma das bandas americanas mais brilhantes dos últimos 10 anos.
Do Sul dos EUA para o mundo...
João Sardo
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