Caribou em Lisboa

É verdade, a RU( esteve por lá. Foi na noite de 13 de Março no Santiago Alquimista e até há uma crítica ao concerto feita pelo José Afonso.
Aqui vai uma breve descrição do que se passou e também a setlist do concerto.



«« O caminho a pé da estação de metro Baixa-Chiado até ao edifício da Junta de Freguesia de Santiago não é fácil de fazer. As velhas vielas e escadinhas lisboetas não se compadecem com pulmões gastos, mas era esse o caminho a fazer para assistir ao concerto de Caribou no passado dia 12, e ainda houve bastante gente a dispor-se a ofegar um pouco para ver o projecto de Dan Snaith com os próprios olhos/ouvidos. Aliás, já bastante antes do concerto havia bastante gente no pequeno (mas catita!) espaço do Santiago Alquimista, emprestando-lhe um certo calor humano enquanto se ouvia Person Pitch e se esperava.




setlist roubada, com a conivência dos roadies


O concerto propriamente dito começou passada pouco mais de meia-hora das 22h que constavam nos bilhetes, com Dan Snaith a entrar de meias (brancas!) e acompanhado pelos calçados Ryan Smith, Brad Webber e Andy Lloyd. Sem contemplações, devaneios ou explicações atacaram uma enérgica Sundial, bastante mais barulhenta que a versão de estúdio, dando o mote para uma actuação que mais vezes derivou para devaneios controlados a saber a Can ou a Neu! do que para a "indietrónica-psicadélica-pastoral" que marca o último Andorra. Este não foi, aliás, o único território que os canadianos pisaram, preferindo deitar mão a pitadas de álbuns anteriores (The Milk of Human Kindness e Up in Flames, dos tempos pré-processo judicial que fez o vulcão mudar de nome para alce).

Quase todo o concerto decorreu sem interrupções ou grandes conversas, sublinhado com projecções que, se não acrescentavam muito ao espectáculo, criavam efeitos engraçados nas costas dos que estavam no andar inferior do espaço. Enquanto isso, Dan Snaith andava num verdadeiro lufa-lufa, alternando entre a guitarra, a bateria, teclados diversos e (até) a flauta, contribuindo para uma dinâmica "kraut" acelerada que fez ligação directa a várias ancas meneantes, mas que acolheram entusiasticamente o momento mais "slow" do concerto, a dulcíssima She's the One (tudo o que uma certa banda francesa alguma vez sonhava ter composto). Depois, voltaram os ritmos mais elevados, com destaque natural para a belíssima Twins, já quase a fechar a actuação.

Em encore, depois de uma curtíssima pausa para respirar e não mais de quatro palavras de Dan Snaith, apareceram Hello Hammerheads e o final catártico com A Final Warning, com os quatro membros da banda a atirarem-se às percursões com todas as energias que lhes sobravam. Foi um final intenso para uma actuação inesperada mas conseguida de Dan Snaith e companhia nessa noite do Santiago Alquimista.

O caminho de regresso foi bem mais fácil de se fazer... »»



José Afonso Biscaia

( crítica também em
Pop e Circunstância )

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